Diversas vezes nos perguntamos se para a pratica da alimentação saudável é necessário abrir mão do chocolate. Mas o que nem todo mundo sabe é que existem formas de consumi-lo sem comprometer seus objetivos nutricionais. Então primeiramente vamos aprender o que é o chocolate.
A barra em si é uma suspensão de partículas sólidas e moídas numa fase contínua de gordura. Porém o chocolate se originou em forma de bebida e só ente 1850-1900 passou a ser consumida na forma solida, em barra. Seu sabor marcante vem principalmente do cacau, dos laticínios e do açúcar, já a textura é da manteiga de cacau.
No Brasil o carro chefe de vendas é o chocolate ao leite, devido ao seu sabor mais doce que agrada aos paladares com mais facilidade.
A Legislação do Brasil define que um chocolate ao leite deve ter no mínimo 25% de sólidos de cacau (que é uma mistura de manteiga e do pó do cacau chamada de líquor). Sendo assim esse tipo de chocolate consequentemente é 75% “outras coisas”, além de leite e açúcar geralmente existem muitos ingredientes que o consumidor não conhece no seu rótulo.
Já o chocolate branco por definição deve ter no mínimo 20% de sólidos de cacau, no caso apenas a manteiga para manter sua coloração. Lembrando que esses dois tipos de chocolate contêm muito açúcar, porém o branco mais ainda, o que é um ingrediente barato. Quanto mais açúcar e menos cacau, menor o custo.
O chocolate meio amargo não tem legislação no Brasil, porém os fabricantes optam em classificar em uma faixa de 35% – 55% cacau. Apesar dele conter bastante açúcar é uma opção melhor em comparação com o ao leite, dessa forma podemos ver um público consciente dos malefícios do chocolate ao leite, mas ainda em uma tentativa de adaptação ao chocolate amargo.
É verdade que temos uma impressão de que chocolates estrangeiros parecem ter um sabor mais intenso e uma qualidade maior, isso se deve a alguns fatores. Um dele é o padrão, por exemplo na Europa que tem uma composição de maior de cacau, uma definição do que é o meio amargo, e a quantidade certa de leite, entre outros. Outro fator é o desenvolvimento do país e do mercado, pois o padrão de desenvolvimento e de consumo é consequentemente mais elevado. O “gosto aprendido” também interfere no consumo pelo chocolate amargo principalmente pelo público mais velho, pois o sabor amargo e puro se torna mais saboroso ao longo da introdução dos alimentos, como por exemplo o vinho seco e o café sem açúcar. O açúcar além de roubar o sabor do alimento, esconde a presença de ingredientes ruins.
O chocolate é um alimento consumido principalmente pelo prazer que ele proporciona, por isso não adianta ele ser saudável com ingredientes “lindos” em sua composição e não trazer o prazer e a experiência desejada, isso se deve a uma formulação ruim. O açúcar é uma fonte de carboidrato importante para dar sabor e textura agradáveis, a sua quantidade presente no chocolate é o que vai definir se o produto deve ou não entrar na sua dieta, pois o carboidrato é importante e está presente em praticamente todo alimento. Por isso devemos se atentar a alguns pontos ao comprar o chocolate.
Formulações de chocolate a partir de 70% não atrapalha a dieta e não altera a glicemia se consumido em quantidade adequada. Ler os rótulos e verificar os ingredientes (o açúcar nunca deve estar como primeiro ingrediente, isso significa que ele está em maior quantidade) e sempre olhar a informação nutricional (em forma de tabela ou linear) para consultar a quantidade de carboidrato por porção.
Importante destacar também a venda do chocolate sem açúcar que atrás do rotulo na lista de ingredientes geralmente é substituído por adoçante entre eles o Maltitol, uma opção ruim pois ele tem cerca de 75% dos impactos glicêmicos do açúcar, mas além do sabor parecido com o açúcar tem um baixo custo, por isso ele é muito utilizado no mercado. Concluímos que um chocolate ao leite convencional adoçado com açúcar está no mesmo patamar de um chocolate amargo adoçado com Maltitol.
Uma forma prática de apreciar o chocolate com moderação é ao invés de ingerir isoladamente como uma refeição ou um lanche por exemplo, escolher em formato de sobremesa após grandes refeições.
O chocolate não é um vilão na alimentação, mas sim a forma que colocamos ele na dieta.
Fonte: Comida sem filtro.
Kéren-Hapuc, graduanda de nutrição.